[Passageiro #54] Turnê mundial de karaokê
De uma balada na Rússia a um tuk tuk na Tailândia, tenho rodado o mundo cantando 'Creep', do Radiohead.
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1.
em “Turnê mundial de karaokê”, texto publicado na Folha de S.Paulo em 04/09/2014 que serviu de inspiração para a 54ª edição da newsletter Passageiro.“O karaokê é um esporte noturno que costuma (des)equilibrar-se na fronteira do insuportável com o sublime, a depender do seu estado etílico, generosidade com estranhos e sensibilidade auditiva. De acordo com a tradição asiática, é o primeiro encontro perfeito, no qual se pode julgar gosto musical, desenvoltura ao microfone e indicativos mais sutis de harmonia entre o futuro casal. Como adepto das modalidades mais radicais de playback, listo aqui algumas das casas de destaque pelo mundo, na esperança de que você me acompanhe numa delas ou, caso eu tenha sorte, em todas na nossa primeira turnê mundial”.
2.
Nunca ouvi alguém dizer que canto bem. “Nossa, Matheus, como você canta bem”. Não, isso eu nunca ouvi. E a razão para tal é porque eu realmente não canto bem.
Dito isso, ao longo dos últimos anos empreendi uma turnê mundial de karaokê em que canto Creep, do Radiohead, o clássico dos desajustados, para o infortúnio dos presentes.
Inspirado por um texto antigo de J.P. Cuenca, com quem tive o prazer (ainda que ele não possa dizer o mesmo) de dividir o palco de um karaokê2 na Liberdade, o bairro japonês de São Paulo, trago os highlights dessa turnê que, para a infelicidade dos locais, já passou, além do Brasil, por alguns países europeus e asiáticos.
3.
SÃO PAULO, BRASIL, 2019 – Contei na 23ª edição desta newsletter que menos de 30 pessoas compareceram ao lançamento de Nômade Digital em uma livraria que não existe mais em São Paulo. Para a minha sorte, ainda que o público tenha sido pequeno, muitos daqueles por quem tenho consideração estiveram presentes. De lá seguimos para um bar desses moderninhos que vendem apenas cerveja artesanal – “você deveria provar essa IPA aqui, meo, a Mumford & Sons é a que tem mais saída, tem toques cítricos e combina bem com a nossa seleção de queijos, meo” – e acabamos a noite na Tokyo, uma balada em um edifício de nove andares na Rua Major Sertório, ao lado da Praça da República, com entretenimento para todos os gostos; dos nove andares, quatro recebem a galera da noite com bares, karaokê, pista e terraço e os outros cinco, fechados ao público, servem de coworking e espaço para desenvolvimento da economia criativa ao longo do dia.
Após ter ferido a sensibilidade auditiva dos presentes com In The End, do Linkin Park, na companhia do meu amigo Bernardo Ruas (ele Chester Bennington; eu Mike Shinoda), volto ao palco do sexto andar para uma versão de Creep que conta com o vocal de apoio de um desconhecido; cantaríamos o verso final deitados no chão em uma performance dramática para depois sermos ovacionados.
4.
SÃO PETERSBURGO, RÚSSIA, 2019 – Faz frio e os níveis etílicos estão altos para manter a temperatura corporal aquecida, então não sei precisar o endereço, mas estamos,
, o , e eu, em um edifício do Municipal Okrug 78 (Distrito Municipal 78), pertinho da Nevsky Prospekt (Avenida Nevsky), tipo o prédio da Tokyo em São Paulo, com vários andares servindo a diferentes propósitos, sendo o último uma balada com globos de luzes reluzentes e um techno ensurdecedor saindo das caixas de som. No piso térreo, onde estamos até não estarmos mais, há um bar com karaokê e luzes estroboscópicas.Lucas, além de fazer muitas coisas bem, como escrever e produzir conteúdos na internet, é músico, dos bons, de modo que deixo de lado o ego de quem está em uma turnê mundial de Creep e já foi ovacionado na boate Tokyo para ser o responsável pelos vocais de apoio.
Ainda tentaríamos a sorte em um outro karaokê no perímetro do Municipal Okrug 78, mas sem sucesso acabaríamos a noite cruzando a Nevsky Prospekt em um carrinho de supermercado roubado (eu na direção; Lucas de passageiro) até um McDonald’s de onde, pouco antes do amanhecer, seguiríamos para um outro karaokê (esse sabe-se lá em que lugar de São Petersburgo) em que pagaríamos, por algum motivo até hoje não esclarecido, 90 euros por mais uma performance de Creep; sem consumação.
5.
BANGKOK, TAILÂNDIA, 2020 – Bruno Clozel é para mim o que Neal Cassady foi para Jack Kerouac: aquele amigo com as histórias mais mirabolantes que é bem-vindo em todos os grupos; você não vive como ele, mas escreve sobre ele. Em 2020, durante o início da pandemia, dividimos um apartamento em Chiang Mai e uma casa em Krabi e, após seguirmos destinos diferentes em Koh Phangan, nos reencontramos em Bangkok para uma despedida do nosso Ano Tailandês.
A noite começa com um esquenta no Escape, um desses bares no rooftop de algum prédio chique da Sukhumvit Road em Bangkok, e segue para o Sing Sing, uma balada pertinho dali com números burlescos que não chamam a nossa atenção. Já cansados da noite tailandesa (e naquele ponto – quase 7 meses – da Tailândia), dividimos um tuk tuk até os nossos Airbnbs. O tuk tuk seria o ponto alto da noite.
Nosso piloto nos encoraja a conectarmos nossos celulares às caixas de som (muitas) do pequeno veículo via Bluetooth. Em uma espécie de trio elétrico da depressão, com direito a luzes de neon, avançamos pela Sukhumvit Road cantando Creep a plenos pulmões, recebendo aplausos tímidos de outros turistas a bordo de outros tuk tuks a cada parada nos semáforos. Encerraríamos a noite cruzando a Khao San Road ao som do tema da vitória de Ayrton; Ayrton Senna do Brasil.
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🧠 Para ler, assistir e ouvir
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Em meu texto mais recente no Terra conto algumas verdades inconvenientes sobre o nomadismo digital.
Produção de conteúdo: foco na qualidade ou na quantidade?
Gente como a gente: Jim Carrey dando o seu melhor em Creep.
A cena de Bill Murray e Scarlett Johansson no karaokê em Lost in Translation.
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✍️ Notas de rodapé
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O karaokê com J.P. Cuenca em São Paulo estará em Passageiro, o livro. Na próxima semana irei liberar alguns trechos inéditos da obra para os assinantes pagos da newsletter. Assine o Clube Passageiro (com 50% de desconto) para ler em primeira mão.
Sensacional!! :-)
Impossível não pensar em Lost in Translation quando citam karaokê. Diz muito sobre o quão icônico ficou esse filme. Como sempre, mais uma edição delícia de ler.