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Eu acho o criar a própria voz uma das coisas mais difíceis que há. E isso em absolutamente todas as áreas, mesmo nas mais técnicas. E às vezes a gente jura que está criando uma identidade e, quando se dá conta, não é bem assim. Quando se está aprendendo, se munir de referências variadas e fazer uma colcha de retalhos acaba fazendo parte do processo - fui professora de sala de aula por 17 anos, é simplesmente assim que acontece. Você aprende a técnica a partir de modelos, meio que decora a técnica e então consegue enfim aprender - é inconsciente e nem todos percebem o processo.

Você vê uma coisa legal aqui e adere à ideia. Vê outra ali. Na própria Arte isso é muito comum - a arte acadêmica utiliza muito da cópia como forma de aprender a técnica, estudar um artista específico para entendê-lo para, então, ser capaz de encontrar seu próprio traço e identidade (meu esposo faz doutorado em Arte, conversamos muito sobre).

Hoje em dia, num mar de tantas vozes, encontrar a sua própria é muito difícil, mas acredito ser necessário. Afinal de contas, como se destacar sendo mais um entre tantos, né? As newsletters que assino possuem todas praticamente o mesmo formato. Mas cada uma traz um quê a mais que a torna única, diferente das outras. E sim, você percebeu a semelhança, porque deveria perceber. Porque nem sempre ela está escondida.

Enfim, mais uma ótima reflexão sobre autenticidade e a criação de uma voz única. Sempre nos faz pensar, às vezes incomoda, pq expõe as fraquezas. Mas eu sou do tipo que gosta demais de aprender por isso até o incômodo é sempre é muito bacana.

Abraço!

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Boa, Denise! Adorei a sua contribuição. Me fez lembrar dos livros do Austin Kleon.

Assim como você, também acredito que a nossa voz é um conjunto de outras vozes que são nossas referências – o próprio Austin Kleon fala (agora não lembro se em "Roube como um artista" ou em "Mostre seu trabalho") que nada é original.

Muito obrigado pelo comentário e um grande abraço!

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Tô atrasada umas três newsletters, mas feliz aniversário atrasado!!!! E sim, já morei num lugar tão fodido que tive intoxicação por mofo durante a pandemia 🥴 Felizmente saí de lá, mas a saúde nunca mais foi a mesma.

Teve uma época que algum criador de conteúdo disse que a primeira linha da sua bio no Instagram deveria ter algo como “te ensino” “te mostro” “te guio” e outros abres do gênero. Ficou tão comum ver esse tipo de introdução nos perfis que o que deveria ter sido uma sugestão acabou virando regra, tirando a autenticidade do primeiro contato do creator com a audiência. Babado né? Ainda mais na internet que nem sempre a fórmula certa pros outros pode ser a correta/ideal pra você.

Que Paris continue sendo uma festa. Abraço pra você e I. 💘

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Opa! Muito obrigado pelos votos, Eduarda.

E, caraca, que bom que você saiu de lá. Minha kitnet não tinha janelas, mas pelo menos não tinha mofo haha :)

Caaaaara, quando eu tive a ideia desse texto eu lembrei disso das bios do Instagram, mas na hora de escrever acabei esquecendo. Muito bem lembrado. Também criei ranço disso haha

Um grande abraço!

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Trabalho como editor de redes sociais e tenho muita preguiça das redes sociais, uso praticamente só para trabalho (e faço bem menos do que deveria). É uma grande contradição, porque sei que seria uma maneira de escalar a visibilidade do que faço.

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Complicado, né? Estar nas redes sociais tornou-se uma obrigação. Por aqui, aceitei que faz parte do trabalho, mas tento eu ditar as regras do quê e dos formatos; e não virar mero refém de algoritmo. Não é fácil, é mais difícil crescer desse jeito, mas seguimos. Obrigado pelo comentário, Mateus!

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"Faz sentido pra vc?" 😅 i see what you did there

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👀 achei que ninguém fosse comentar hahahaha

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Ei, Matheus! Obrigada por tantas reflexões nessa manhã gelada aqui em SP. Eu me incomodo bastante com essa história de seguir tendências, não aguento mais ouvir as pessoas falando que são "mentoras" de alguma coisa. Ainda paraliso por não ter encontrado o meu jeito de fazer as coisas. Porém, trocas como essa me fazem ampliar as inquietações e trazem alguma clareza.

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Conheço o sentimento, Daniele. Isso de encontrar o próprio jeito de fazer as coisas não é de um dia para o outro; demora, cansa, às vezes paralisa, como você citou. Porém, quem quer trabalhar por conta própria, não só com a escrita, tem que se mexer. Muita coisa que eu faço é sem planejamento mesmo, na tentativa e erro, até encontrar esse jeito próprio. Obrigado pelo comentário, Daniele!

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Eu já morei em lugar ruim demais, eu morava literalmente em um porão com mais 3 casas no quintal, mofado, escuro, pequeno, era o que a grana dava para pagar, ganhava pouco e não conseguia me mudar para outro lugar razoável, fiquei quase 5 anos nesse "porão", infelizmente. E o vizinho e a namorada davam um show gratuito de gemidos e urros pelo menos umas duas vezes na semana, foi muito engraçado uma vez que a minha mãe dormiu lá em casa, ela mora no interior, e os bonitos começaram, eu só aumentei o som da TV para disfarçar, ninguém merece...

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Caraca! Acho que você ganhou (mas não sei se é algo a se comemorar haha). Muito obrigado pelo comentário, Amanda!

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Nem sempre é bom ganhar, realidade de quem mora mal em SP, aqui da para se viver igual no filme Parasita se você for pobre por muitos e muitos anos, eu consegui sair dessa, mas muita gente não consegue, infelizmente!

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Magistral! De novo!

Baita reflexão!

Na condição de fundadores de uma agência de marketing digital, a gente super se identifica porque, desde a concepção do negócio, nos recusamos a seguir o caminho do meio, da média. Tanto que não focamos em crescimento rápido, pois isso leva à “comoditização” do “como” a gente faz.

O objetivo primário da nossa empresa são as pessoas que nela trabalham. E, definitivamente, a reprodução de padrões não é o que as faz felizes.

Parabéns pela coragem, pela garra e pela persistência em percorrer um caminho fora do comum. Você é luz!

Abração, amigo!🫶🏿

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Que legal saber mais sobre o trampo de vocês, casal.

Muito obrigado pelo comentário e um grande abraço!

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Bom, continuo lendo textos do passado, de e-mails pessoais que ainda não li.

Vamos lá:

- Gustave Courbet deve ter algum grau de parentesco com Johnny depp, a semellhança é grande;

- O comportamento do pintor Tchartkov, quando pega a grana, é semelhante ao comportamento do personagem principal do livro "Mais esperto que o diabo", quando segue a orientação de uma personalidade superior que habita ele mesmo (acho que é isso, faz tempo que eu li);

- Sobre a call to action: Morei em um lugar em SP que, no período de calor, apareciam 300 baratas por cada habitante da casa. Não era muito legal kkkkk

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