💌 Workshop: como criar uma newsletter de sucesso
O Clube Passageiro é uma comunidade que se encontra uma vez por mês para papear sobre escrita, produção de conteúdo, monetização, livros e viagens – em encontros via Google Meet com duas ou mais horas de duração.
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Se você não é assinante e quer participar do encontro de novembro que acontecerá na próxima quinta-feira (30), 18h do Brasil, sobre como criar uma newsletter de sucesso, ainda dá tempo; assine com 50% de desconto – ou seja, R$ 7/mês ou R$ 70/ano.
Não vai conseguir assistir ao vivo? Sem problemas. As gravações dos workshops ficam disponíveis por 30 dias – aliás, ao assinar hoje, você ainda tem acesso à gravação do workshop de outubro sobre como manter a constância com os seus projetos.
🚨 Black Friday: cursos com 50% de desconto
Até às 23h59 do dia 30 de novembro você pode se inscrever nos meus cursos gravados com 50% de desconto.
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💼 Marketing Pessoal e Produção de Conteúdo no LinkedIn – de R$ 897 por apenas R$ 448,50; em até 12x.
Para ler ouvindo1: Now And Then, por The Beatles.
1.
Tem um tuíte (qual a palavra agora que o Twitter se chama X?) que volta e meia pinta no meu feed e sempre me deixa pensativo.
“Um dia você e seus amigos jogaram futebol na rua pela última vez e nem perceberam que era a última.”
Autor desconhecido.
Há também uma variação do mesmo pensamento:
“Um dia você e seus amigos de infância brincaram pela última vez sem saber que aquela seria a última.”
Autor também desconhecido.
É um sábado qualquer de novembro quando entro na Shakespeare and Company, tal qual um certo Ernest Hemingway em 1926, para comprar algum livro em inglês – é lá que costumo comprar livros físicos já que ainda não consigo ler na língua de Emmanuel Carrère.
Assim que você entra na livraria centenária dá de cara com a minha seção favorita: os beatniks; Jack Kerouac, Allen Ginsberg, William S. Burroughs, Gregory Corso, entre outros; alguns deles chegaram a dormir na Shakespeare and Company nos anos 1950 e 1960, uma vez que, além de livraria, o local também funcionou como hotel barato para autores iniciantes.
Dia desses, entre os beatniks e a geração perdida de Hemingway e cia, encontrei um exemplar perdido de The Rum Diary, do Hunter S. Thompson, que já havia lido a tradução para o português, mas nunca no original; comprei; ler Hunter S. Thompson no original é alucinante.
Mas não, naquele sábado qualquer de novembro eu não buscava ficção de outros tempos, queria algo real e contemporâneo, algo para refletir, de modo que busquei a prateleira de ensaios, onde folheei sem pressa algumas obras de Joan Didion antes de encontrar a sensação que, ainda sem saber, estava procurando.
2.
O versátil escritor inglês Geoff Dyer é um dos meus autores contemporâneos favoritos.
Dele já li, em português, Ioga para quem não está nem aí (não ficção; entre o ensaio e a crônica), Todo aquele jazz (uma mescla entre ensaio e ficção; um romance fragmentado) e Jeff em Veneza, morte em Varanasi (ficção; duas novelas que formam um romance e podem estar ou não interligadas).
Sua obra mais recente, The Last Days of Roger Federer and other endings (ainda sem uma versão em português brasileiro), me chama a atenção na seção de ensaios da Shakespeare and Company por conta do título (Geoff Dyer é ótimo com os títulos dos seus livros) e por ser Geoff Dyer.
3.
José Luís Peixoto assume em O caminho imperfeito que roubou o formato do seu livro de Outras vidas que não a minha de Emmanuel Carrère.
Na primeira edição desta newsletter assumo que roubei o formato de Passageiro, o livro que se tudo der certo sai em algum momento de 2024, de O caminho imperfeito, fato que tive a oportunidade de confidenciar pessoalmente ao próprio autor; “ladrão que rouba ladrão”.
Ao folhear a obra de Geoff Dyer sobre como tudo é passageiro, presumo que o inglês também tenha lido O caminho imperfeito e Outras vidas que não a minha.
Ainda que sua escrita seja única, há algo ali que me é familiar; é o mesmo estilo que roubei e que venho trabalhando ao longo de 2023 em Passageiro, de modo que essa era a sensação que, ainda sem saber, eu estava procurando naquele sábado qualquer de novembro na Shakespeare and Company; algo familiar, uma nova fonte de inspiração que possa ser roubada, uma vez que pouco escrevi em novembro – um escritor precisa ganhar dinheiro; e geralmente não é escrevendo livros.
4.
The Last Days of Roger Federer… começa com um parágrafo sobre a última vez em que o The Doors tocou a música The End; foi em 12 de dezembro de 1970, no Warehouse em Nova Orleans; foi também a última música que a banda tocaria ao vivo – ainda que eles não soubessem disso na época; Jim Morrison seria encontrado morto em uma banheira em Paris meses depois; Jim Morrison está enterrado aqui em Paris.
Passageiro, o livro, começa com uma carta que escrevi para Anthony Bourdain. Eu estava em Hanói, no Vietnã; nos fones de ouvido tocava The End, do The Doors; era uma das músicas favoritas de Anthony Bourdain.
Tudo o que escrevi até aqui não tinha ligação até ter.
5.
O livro de Geoff Dyer, por mais que seu título sugira, não é sobre Roger Federer; o tenista é um dos personagens escolhidos por Geoff Dyer para escrever sobre coisas que chegam ao fim; também há momentos passageiros de Jack Kerouac, Bob Dylan, John Coltrane e grande elenco.
The Last Days of Roger Federer… é parte diário, parte ensaio, parte reflexão sobre o próprio (e eventual) declínio; e pode ser também, Geoff Dyer reflete, seu último livro.
Ao escrever essas linhas não consigo deixar de pensar que um dia também escreverei um último livro; e enviarei essa newsletter pela última vez.
🧠 Para ler, assistir e ouvir
No LinkedIn: o futuro do trabalho é (ou deveria ser) assíncrono.
No blog: um texto antigo (que segue atual) sobre como eu mudei completamente a minha carreira utilizando o LinkedIn.
Você já me segue no Instagram? Por lá sou o @matheusdesouzacom e quinzenalmente tenho feito sessões de perguntas e respostas sobre escrita, carreira e viagens.
Round 6: O Desafio. A Netflix lançou um reality show inspirado na série coreana que é uma das melhores coisas que assisti em 2023.
The Smile, projeto paralelo de Thom Yorke e Jonny Greenwood, ambos do Radiohead, está de volta com um clipe lindão.
Falando em clipe, o de Now And Then, a derradeira música dos Beatles, tem tudo a ver com The Last Days of Roger Federer and other endings.
Back to Moon Beach, o álbum novo de Kurt Vile para você relaxar no final de semana.
🗣 Call to action aleatória para gerar engajamento
Você lembra do dia em que você e seus amigos de infância brincaram pela última vez sem saber que aquela seria a última?
Primeira vez comentando aqui. Sou fã demais da sua newsletter! Não perco uma. Te acompanho desde o início no LinkedIn. Eu amo a forma como você combina coisas diferentes nos seus textos e no final tudo se conecta. Ansiosa pelo seu próximo livro! Infelizmente não lembro a última vez em que brinquei com meus amigos de infância. Me recordo pouco deles. Mas me lembro da última festa na adolescência, no terceiro ano do Ensino Médio. Foi uma festa brega na casa de um amigo. Eu estava tão brega, mas tão brega (e bêbada), que uma travesti que fazia ponto na rua puxou meu cabelo e disse: "Que cabelo horroroso!"
Coisa linda essa edição, Matheus! Tá ficando repetitivo da minha parte dizer, mas acredito que a gente precisa externalizar quando realmente gosta de algo.
Talvez esse seja meu último comentário, né, vai saber :x
Vida longa ao Passageiro!