[🇹🇭 Tailândia #7] Um personagem decidiu o desfecho do livro
Após um mês vivendo em Bangkok, um personagem me mostrou para onde a história deve seguir; leia um trecho inédito.
A newsletter Passageiro é um veículo independente e gratuito cujo conteúdo é escrito de maneira orgânica por um único humano – sem a ajuda de outras “inteligências”. Os textos aqui publicados têm como público-alvo pessoas reais – e não mecanismos de busca ou algoritmos –, de modo que, caso você seja um outro humano, talvez se identifique com o que é escrito neste espaço.
Considere assinar um dos planos pagos para ter acesso a textos exclusivos e outros bônus – incluindo encontros mensais com convidados (humanos) do mais alto calibre.
🎧 Para ler ouvindo1: One More Hour, por Tame Impala.
✍️ Por Matheus de Souza
📍 Paris, França
Escritor, educador e TEDx Speaker. Autor de “Nômade Digital”, livro finalista do Prêmio Jabuti.
1.
Em janeiro, num papo na comunidade do no YouTube, fui perguntado se quando escrevo sei como um texto ou uma história vai acabar. Na newsletter Passageiro até tenho um formato, esses blocos numerados funcionam como cenas separadas que, ao final, se bem amarradinhas, conseguem contar a história que anteriormente estava apenas na minha cabeça.
Com um romance é diferente. Por ser uma narrativa de fôlego – e por demorar meses, às vezes anos para ser concluído –, a história vai tomando caminhos inesperados. No papo com o Arthur, ele comentou sobre autores que dizem coisas do tipo “meus personagens que vão decidir o final” e agora, de fato, entendo como isso funciona na prática.
Passei o mês de março em Bangkok para sentir as palavras que estou escrevendo, para conhecer novos lugares na cidade, para viver a vida de um expatriado na capital tailandesa, para me colocar nos sapatos do narrador da minha história.
Foi um trabalho de imersão. Voltei à Paris com muitas anotações, aventuras e um provável desfecho para o livro; o meu favorito até agora – e quem me apresentou ele foi Rong, um personagem.