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Avatar de Vanessa Avila

Oi Matheus!

Comprei o seu livro recentemente e assinei a sua newsletter, tenho gostado muito dos seus textos.

Fiz uma viagem sabática ano passado e a Tailândia realmente tem o meu coração. Ler o seu texto e relembrar os pratos da culinária tailandesa me trazem uma enorme memória afetiva, assim como os de outros países que estive. A comida diz muito sobre os lugares mesmo.

Quanto ao seu avô, sinto muito! Sou de Santa Catarina e minha avó também mora em Imbituba, então esses seus últimos textos também me trouxeram memórias da infância na cidade.

Abraços!

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Avatar de Larissa Francez

Tive a oportunidade de participar do workshop de Escrita Criativa do Alberto Brandão - outro que eu chamaria de foodie, embora não sei se ele concordaria com a alcunha - e logo no primeiro exercício eu acabei por refletir muito sobre comida e seu significado.

Deixo aqui o texto porque acho que responde bem à pergunta.

Um dia eu descobri que tinha dois pais.

Aconteceu depois, ou talvez durante, a corrida eleitoral brasileira de 2018 - sim, aquela - quando eu percebi que, depois de mais ou menos 50 anos, o meu pai não parecia mais o meu pai.

O meu pai era, e ainda é, sob muitos olhares, um cara bacana. Foi meu primeiro exemplo de paternidade presente, antes que isto felizmente se tornasse uma tendência. E foi ele o meu cuidador principal por muitos anos, quando encontrou-se desempregado enquanto minha mãe segurava a barra.

Foi com ele que eu andei de metrô pela primeira vez. Que eu aprendi a teoria das cores e que o vermelho com amarelo virava laranja - e alguns anos depois, que ele tinha daltonismo.

Era ele também que preparava para nós dois, em uma churrasqueira elétrica improvisada de uma cozinha de apartamento, generosas peças de carne.

Um churrasco de envergonhar qualquer gaúcho, é verdade - mas que fez com que, sempre que eu provasse uma picanha, eu lembrasse do meu pai. Mesmo anos depois, desde que ele se tornou vegetariano e passou a limitar seu repertório churrasqueiro a abobrinhas e berinjelas.

Faço um churrasco sempre que quero me lembrar do meu primeiro pai.

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